A vendedora mais antiga do mercado da Figueira:

MARIA LEOPOLDINA
Atrás de uma banca de frutas e flores há 64 anos!

Há vidas confusas ao extremo, atribuladas, que percorrem diversos países, passam por várias profissões, por muitas venturas, aventuras e desventuras e que, muitas das vezes, não dão em nada.

Não é o caso da Maria Leopoldina que, desde 1944, com 10 anos de idade (nasceu em 1934) começou a ajudar a avó numa banca do mercado municipal da Figueira da Foz. Talvez por mera curiosidade e gosto infantil ao princípio mas que, devido às agruras da vida, depressa se tornou, já naquela idade, num trabalho e modo de vida.

De tal maneira se dedicou ao negócio que ficou até hoje atrás daquela(s) banca(s) de venda de flores e frutas, ali perto do portão de entrada pela rua Dr. Francisco António Diniz. Afinal de contas um negócio de família que já atravessou - ou melhor, vai atravessando – 5 gerações!

1ª) Avó : Gracinda Piedade;
2ª) Mãe : Germana;
3ª) Maria Leopoldina;
4ª) Filhos : Maria Piedade e José António;
5ª) Neto : Pedro.

No momento e de modo combinado a Maria Leopoldina conta com o apoio "vital" do marido, o sr. Vital, e com as ajudas da filha, filho… e neto!

Guarda muitas recordações, claro, das quais destaca muitas e “deliciosas” discussões entre peixeiras! As famosas “peixeiradas” do mercado Engenheiro Silva! Lembra ainda da "camioneta das oferendas" que dava a volta ao quarteirão do mercado recolhendo frutas, legumes, carnes, peixe e outros donativos para os oferecerem aos doentes mais necessitados do Hospital da Misericórdea! Mas as melhores lembranças são as das noites de São João no mercado, em que até tinha de passar a noite e madrugada dentro do espaço das suas bancas para evitar o surripianço de fruta por parte dos esfomeados foliões!

Lembra ainda quando a fruta e legumes vinham de Coimbra e dos campos do Mondego trazida por carroças puxadas por cavalos.

Não, a vida da Leopoldina não foi atribulada, nem passou por diversos pontos do globo mas deu, e continua a dar, continuidade nalguma coisa: Não só a manutenção da banca de frutas e legumes mas também, e sobretudo, a transição da unidade familiar em torno do mesmo negócio há já quase um século!!
(Para ver as fotografias em tamanho aumentado, clicar em cima das mesmas)