Resultado de uma proposta de revisão apresentada em 1990 pela Academia de Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, entrado em vigor no Brasil já em Janeiro de 2009, foi ratificado pela nossa Assembleia da República em 16 de Maio de 2008 e promulgado pelo Presidente da República Cavaco Silva em 21 de Julho do mesmo ano.
O novo Acordo Ortográfico foi igualmente adotado como língua oficial pelos seis países emergentes da descolonização (Angola, Cabo Verde, Guiné, Moçambique, São Tomé e Timor).
Quais as modificações que este Acordo implica?
Ao contrário daquilo que vozes alarmistas trouxeram a público elas não são esse “bicho de sete cabeças” que os precipitados adiantaram. Longe disso. Essas (ligeiras) alterações vêm no sentido de a nossa língua comum funcionar como instrumento de comunicação eficaz, que possa ser um lugar de plena cidadania e de bem estar para todos os seus (muitos milhões) de utilizadores e constitua elo de aproximação neste imenso espaço geográfico. Até porque é “pelo falar que assim nos entendemos melhor”, razão que nos levou a aproximar a escrita da linguagem.
Vejamos em síntese, as principais alterações, que são poucas:
a) acabam as consoantes c e p quando não se lêem (não articuladas, mudas)
Vejamos alguns exemplos: em vez de acção deveremos escrever ação porque o primeiro c não se lê e por isso não se escreve. Tal como em aspecto que se escreve aspeto, direcção – direção, óptimo-ótimo.
Como única excepção – exceçao, apenas foi oupada a palavra Baptista um nome próprio a quem o acordo manteve o p, talvez como vénia a São João Baptista e a todos os Baptistas.
b)No verbo haver suprime-se o hífen (-) nas suas formas de conjugação: hei de(em vez do hei-de atual), hás de (em vez de hás-de), há de (em vez de há-de, hão de (em vez de hão-de)
c) Dispensa-se o acento circunflexo (^) nas formas verbais onde se encontram dois ee seguidos e se usava o acento no primeiro e: leem em vez de lêem; veem em vez de vêem; creem em vez de crêem; deem em vez de dêem e nos seus correspondentes derivados releem em vez de relêem; descreem em vez de descrêem.
Nota – o acordo faculta, ainda, algumas formas alternativas de palavras em certas variantes europeias e brasileiras em que certas palavras (poucas) são consideradas corretas. Exemplos: Jacó(Jacob; húmido/úmido.
Sé que, com estes pequenos acertos, há que haver uma certa abertura para estas alterações de maneira a caminharmos juntos nesta riqueza de expressão que faz do português (falado e escrito por tão numeroso grupo de povos dispersos pelo mundo) uma voz que não possa ser ignorada nos maiores palcos do mundo.
Certos de que a União faz a Força há que honrar a epopeia desses gigantes do mar que, quando os povos não se arriscavam a enfrentar as fúrias dos oceanos, souberam “dobrar o Bojador” e mostrar a raça de quem, ao leme de autênticas cascas de noz, chegaram onde ninguém havia chegado. Dominando o mar a quem chamaram “meu irmão”.
É por tudo isso que, quando outras gentes se erguem nos caminhos que nós abrimos, a riqueza da nossa língua portuguesa comum terá de manter-se viva de maneira a perpetuar no tempo, séculos além, a verdade, imortal, de um passado de glória em que, em português, Portugal se mostrava em todo o planeta.
Porque terá de ser pela língua que a História nos reconheça, aqui deixamos a pequena ajuda deste texto, já de acordo com a nova ortografia (palavras em itálico), para que todos entremos no espírito inovador do Acordo.
(Artigo de "Al Sabre", jornal "O Dever" de 30/Abr/009)
O novo Acordo Ortográfico foi igualmente adotado como língua oficial pelos seis países emergentes da descolonização (Angola, Cabo Verde, Guiné, Moçambique, São Tomé e Timor).
Quais as modificações que este Acordo implica?
Ao contrário daquilo que vozes alarmistas trouxeram a público elas não são esse “bicho de sete cabeças” que os precipitados adiantaram. Longe disso. Essas (ligeiras) alterações vêm no sentido de a nossa língua comum funcionar como instrumento de comunicação eficaz, que possa ser um lugar de plena cidadania e de bem estar para todos os seus (muitos milhões) de utilizadores e constitua elo de aproximação neste imenso espaço geográfico. Até porque é “pelo falar que assim nos entendemos melhor”, razão que nos levou a aproximar a escrita da linguagem.
Vejamos em síntese, as principais alterações, que são poucas:
a) acabam as consoantes c e p quando não se lêem (não articuladas, mudas)
Vejamos alguns exemplos: em vez de acção deveremos escrever ação porque o primeiro c não se lê e por isso não se escreve. Tal como em aspecto que se escreve aspeto, direcção – direção, óptimo-ótimo.
Como única excepção – exceçao, apenas foi oupada a palavra Baptista um nome próprio a quem o acordo manteve o p, talvez como vénia a São João Baptista e a todos os Baptistas.
b)No verbo haver suprime-se o hífen (-) nas suas formas de conjugação: hei de(em vez do hei-de atual), hás de (em vez de hás-de), há de (em vez de há-de, hão de (em vez de hão-de)
c) Dispensa-se o acento circunflexo (^) nas formas verbais onde se encontram dois ee seguidos e se usava o acento no primeiro e: leem em vez de lêem; veem em vez de vêem; creem em vez de crêem; deem em vez de dêem e nos seus correspondentes derivados releem em vez de relêem; descreem em vez de descrêem.
Nota – o acordo faculta, ainda, algumas formas alternativas de palavras em certas variantes europeias e brasileiras em que certas palavras (poucas) são consideradas corretas. Exemplos: Jacó(Jacob; húmido/úmido.
Sé que, com estes pequenos acertos, há que haver uma certa abertura para estas alterações de maneira a caminharmos juntos nesta riqueza de expressão que faz do português (falado e escrito por tão numeroso grupo de povos dispersos pelo mundo) uma voz que não possa ser ignorada nos maiores palcos do mundo.
Certos de que a União faz a Força há que honrar a epopeia desses gigantes do mar que, quando os povos não se arriscavam a enfrentar as fúrias dos oceanos, souberam “dobrar o Bojador” e mostrar a raça de quem, ao leme de autênticas cascas de noz, chegaram onde ninguém havia chegado. Dominando o mar a quem chamaram “meu irmão”.
É por tudo isso que, quando outras gentes se erguem nos caminhos que nós abrimos, a riqueza da nossa língua portuguesa comum terá de manter-se viva de maneira a perpetuar no tempo, séculos além, a verdade, imortal, de um passado de glória em que, em português, Portugal se mostrava em todo o planeta.
Porque terá de ser pela língua que a História nos reconheça, aqui deixamos a pequena ajuda deste texto, já de acordo com a nova ortografia (palavras em itálico), para que todos entremos no espírito inovador do Acordo.
(Artigo de "Al Sabre", jornal "O Dever" de 30/Abr/009)
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