Um dos comerciantes da zona, há cerca de três semanas, não se conteve e, indignado, telefonou para a Câmara verberando a situação. Vá lá, veio um 'encarregado' analisar a situação.. Que olhou para o buraco, olhou outra vez, tornou a olhar e, finalmente, murmurou:
"-Ná! Este buraco não é meu! Isto é das Águas! Vou já resolver a situação!"
E puxou do telemóvel, ligou para um "zé-dos-anzóis" qualquer e, passado uns minutos, apareceu o 'encarregado' das Águas. Puseram-se os dois 'encarregados' a olhar e a "reolhar" para o buraco, até que o das Águas exclamou:
"Ná! Este buraco não é meu! Isto é do Gás! Vou já resolver a situação!"
E após esta reflexão muito "tu-cá-tu-lá" puxou do telemóvel e ligou para outro "zé-dos-anzóis"! Passado pouco tempo apareceu mais um 'encarregado', desta feita o do Gás. Puseram-se os três 'encarregados' a andar à volta do buraco, qual dança aprimorada de "Zorba", o grego! Rodearam-no, olharam-no muito bem, estudaram-no, remiraram-no... até que o do gás admitiu:
"-Sim, este buraco é capaz de ser meu!"
Tamanho reconhecimento eivado de tanta intimidade deixou muito satisfeito o nosso interlocutor, já que se adivinhava, enfim, o conserto do buraco. E três horas depois lá estavam uns operários a colocar uns grãos de areia fixada por uma qualquer substância que mais parecia cola Uhu... mas óhó, tal arranjo "deu" só para três dias!
...e o estaparfúdio buraco - com uma história que dava para um absorvente filme de Spielberg - lá continua vai para mais de três anos, desdenhando dos ineptos "zé-dos-anzóis" cá do burgo que lhe aparecem pela frente, qual Arnold Schwarzenegger a enfrentar os temíveis 'transformers'!